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"Eu queria escrever luxuoso. Usar palavras que reabrilhassem molhadas e fossem peregrinas. Às vezes solenes em púrpura, às vezes abismais esmeraldas, às vezes leves na mais fina seda macia..." (Clarice Lispector)

sábado, 23 de julho de 2011

Um pouco da história de Ubatuba

Ubatuba no início não era “Ubatuba”. Era uma terra povoada pelos índios Tupinambás e Tupiniquins. Um povo que vivia da caça, coleta, pesca, além de praticarem a agricultura, sobretudo de tubérculos, como a mandioca e a horticultura. Tinham uma sociedade organizada onde todos tinham suas obrigações para manter a tribo. 

A divisão de trabalho era por sexo, cabendo aos homens as primeiras atividades e às mulheres o trabalho agrícola, exceto a abertura das clareiras para plantar, feita à base da "queimada", tarefa essencialmente masculina. O plantio e a colheita, o preparo das comidas e o artesanato (confecção de vasos de argila, redes, etc) eram trabalhos femininos. Instrumentos de guerra - arcos e flechas, maças, lanças - eram feitos pelos homens. Os artefatos de guerra ou de trabalho eram de madeira e pedra, e desta última eram inclusive os machados com que cortavam madeira para vários fins.

Os índios Tupinambás eram os habitantes originais desta região. Costumavam construir suas tabas em pontos altos, nas margens de rios, para sua proteção. Alegres, amantes da música, da dança e dos instrumentos musicais, como flautas e tambores, utilizavam o cauim, uma bebida alcoólica à base de mandioca fermentada, para alegrar suas festas. Excelentes canoeiros construíram suas embarcações de cedro, guapuruvus e imbiricus para o transporte de até 30 pessoas.

Viviam em paz com seus vizinhos de São Vicente, os Tupiniquins, até a chegada dos exploradores portugueses e franceses, que lutavam para conseguir trabalho escravo entre os indígenas. Incitados pelos brancos europeus, Tupinambás e Tupiniquins passam a guerrear, até reconhecerem sua dependência dos estrangeiros. Formam, então, a "Confederação dos Tamoios" (o termo Tamoios significa os mais antigos da terra), liderada por Cunhambebe, para combater os portugueses. Nessa época, o artilheiro alemão Hans Staden, de passagem por essas terras, se torna prisioneiro dos índios. Alguns meses depois consegue fugir, e de volta à sua terra relata a experiência no livro DUAS VIAGENS AO BRASIL. Tentando controlar a rebeldia dos índios, em 1563, os jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta partem de São Vicente com destino a esta região, conhecida por Aldeia de Iperoig, com a missão de pacificar os índios através de um tratado de paz.
Desconfiados das verdadeiras intenções dos portugueses, os tamoios tomam Anchieta como refém durante cinco meses, até verem assegurada "A Paz de Iperoig". Alguns historiadores acreditam que foi nessa época que Anchieta escreveu na praia de Iperoig muitos de seus 4.172 versos do famoso “Poema à Virgem". Infelizmente houve conseqüências desastrosas desse contato com os homens brancos. A falsa paz trouxe a exterminação quase total dessas tribos e perda de grande parte da cultura original desse povo. Há registro do ensinamento dado aos descendentes da mistura das raças que foram passados de família para família. Mas os índios foram-se de “Ubatuba” e migraram para regiões do interior do Brasil, desenvolvendo sua cultura e deixando para trás sua terra e parte de sua história.
Depois de tudo isso veio o desenvolvimento e a exploração de recursos naturais que beneficiaram a cidade, levando o nome de Ubatuba e promovendo-a a grande centro comercial. Cidades vizinhas dependiam desse comércio e no decorrer dos anos Ubatuba foi reconhecida também como Cidade Turística e hoje em dia o fluxo turístico na cidade chega a ser de 800 mil a 1 milhão de visitantes a cada temporada.
Ubatuba teve um início conturbado, mas sua natureza permanece linda e isso ninguém pode tirar desse povo que aqui habita. É uma das raras cidades onde podemos ficar tranquilamente com as portas abertas numa noite de calor e até esquecer uma janela aberta...

Agora sim a Paz reina, verdadeiramente, em Ubatuba...
Meu amiguinho esquilo que conheci num momento de paz e tranquilidade...

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